Dieta do HCG: entenda o que é e quais são os seus principais riscos

Diogo Círico 21/02/2019

A dieta do HCG – sigla em inglês que traduzida significa “hormônio gonadotrofina coriônica humana” – surge como uma proposta para uma rápida perda de peso.

Segundo dados do Ministério da Saúde, o sobrepeso atinge cerca de metade da população brasileira, enquanto a obesidade já é uma realidade para cerca de 20% das pessoas. Esses números estão relacionados intimamente com os jovens, grupo em que o sobrepeso aumentou mais de 110%.

Somado a esse problema de saúde pública, existe um padrão estético, focado em conquistar o corpo de contornos perfeitos. Para atingir esse objetivo e conseguir emagrecer, algumas pessoas optam por métodos perigosos a saúde, como as dietas restritivas.

Afinal, mesmo que ajude a perder peso, esse tipo de dieta é pobre em nutrientes e pode prejudicar as funções corporais. Sendo assim, é fundamental se informar antes de iniciar alguma dieta da moda ou indicada por pessoas que não são especialistas.

Para te ajudar, explicamos neste post o que é a dieta do HCG, um método que tem sido muito usado para perder peso rapidamente.

Confira os tópicos deste conteúdo:

  1. O que é a dieta do HCG?
  2. Como surgiu a dieta do HCG?
  3. Como funciona a dieta do HCG?
  4. Dieta do HCG: Conheça os riscos!

O que é a dieta do HCG?

HCG é a sigla para Gonadotrofina Coriônica Humana, conhecido popularmente como o hormônio da gravidez. A função desse hormônio é manter o corpo lúteo, de modo que as taxas de progesterona e estrógeno se mantenham adequadas para que não ocorra a menstruação e o embrião evolua.

Outra função importante desse hormônio é a supressão do sistema imunológico, para que a mulher não rejeite o embrião. Logo no início da gestação já é possível dosar o HCG, visto que ele atinge a corrente sanguínea e a urina. Assim, os testes de farmácia são capazes de detectá-lo. A confirmação da gravidez é feita quando o beta-HCG (uma fração do hormônio) é encontrado no sangue da mulher.

Mas, afinal, por que a dieta se chama HCG? Porque durante a sua realização, em que há restrição alimentar e menor consumo de calorias, a pessoa deve fazer a aplicação do HCG.

Pessoas que defendem essa dieta acreditam que o hormônio é capaz de acelerar o metabolismo, ajudando o corpo a perder grande quantidade de gordura, além de diminuir o apetite.

Como surgiu a dieta do HCG?

O médico inglês Dr. Albert Simeons observou, em suas pesquisas, que jovens obesos que recebiam injeção do hormônio HCG apresentaram uma redução do apetite e ainda diminuíam a circunferência abdominal rapidamente, sem contudo perder massa muscular.

A partir dessas pesquisas e experiências o Dr. Albert, no início da década de 50, concluiu que o hormônio era o responsável pelos efeitos benéficos da perda de peso. Assim, formulou uma dieta restritiva para potencializar a eliminação de gordura que devia ser feita concomitantemente a aplicação de HCG.

Embora os resultados e análises do médico tenham sido publicados em forma de artigos científicos, nunca houve confirmação da eficácia e segurança dessa dieta. Afinal, não existe nenhuma comprovação que o HCG aja eliminando gordura corporal ou diminuindo o apetite.

Para outros médicos, o aparente sucesso na perda de peso se deve ao baixíssimo consumo de calorias, e não pela ação do HCG.

Como funciona a dieta do HCG?

Primeira fase: 2 dias sem restrição e alto consumo de calorias

A primeira etapa da dieta do HCG consiste na pesagem inicial e orientações sobre alimentação. Como o corpo passará por um período de baixa ingestão calórica, a pessoa deve consumir alimentos com muita caloria, como abacate, carnes, pizza, hambúrguer, frituras e outros por 48 horas. No entanto, é recomendado evitar o açúcar.

Segundo os estudiosos da dieta, a primeira fase deve mostrar ao corpo que já existe bastante gordura estocada e pode ser iniciada a perda. Nesses dois primeiros dias, o HCG deve ser aplicado 1 vez por dia.

Segunda fase: até 40 dias de dieta restrita a 500 calorias diárias

A segunda etapa é focada na perda de peso rápida e tem duração máxima de 40 dias. No entanto, se a pessoa já perdeu todos os quilos que deseja, pode pular para a próxima fase.

Para tanto, a dieta é restrita a no máximo 500 calorias diárias. Estima-se que um adulto saudável, no Brasil, precise de cerca de 2000 calorias diárias para ter energia. Sendo assim, a pessoa só pode consumir frutas, vegetais, líquidos, pequenas porções de carnes e ovos.

Nessa fase, também deve-se consumir grande quantidade de água e chás, a fim de ajudar o organismo a eliminar toxinas. O HCG continua a ser aplicado 1 vez ao dia.

Terceira fase: estabilização do novo peso

Após atingir o peso desejado ou completar os 40 dias de dieta, é preciso parar de usar o hormônio e manter a dieta por mias 48 horas. Isso é importante para que o HCG saia do organismo e o corpo retorne ao seu metabolismo normal.

Quarta fase: manutenção do peso

Nessa fase, retorna-se a alimentação normal, que deve manter o equilíbrio calórico. Ou seja, é importante que a pessoa consuma apenas as calorias que gasta, a fim de manter o seu peso. Para tanto, deve-se aumentar o consumo de calorias lentamente, visto que o corpo passou por um período de escassez de nutrientes e agora precisará absorvê-los novamente.

Dieta do HCG: Conheça os riscos!

A curto prazo, a dieta do HCG funciona e a pessoa realmente perde peso. No entanto, é impossível manter uma dieta de apenas 500 calorias por dia sem sentir fome e ter efeitos colaterais como dor de cabeça, irritação, queda de produtividade, cansaço e queda de cabelo.

Dessa forma, após o término da dieta, é comum que a pessoa volte a consumir alimentos calóricos e engorde novamente. Em alguns casos, pode até haver compulsão, ou seja, consumo exagerado de alimentos gordurosos e cheios de açúcares. Isso acontece porque não foi feita uma reeducação alimentar, apenas uma restrição de alimentos. Assim, como a pessoa não aprendeu o que é saudável, continuará optando pelos alimentos errados e que engordam.

Quanto ao uso do HCG, não há comprovação científica que o hormônio ajude a emagrecer, diminua o apetite ou cause a redistribuição da gordura corporal. Além disso, o baixo consumo de nutrientes pode acarretar diversos problemas para a saúde, como a deficiência de vitaminas, formação de cálculos biliares, desequilíbrio de eletrólitos e maior risco de AVC e infarto, visto que o HCG aumenta a formação de coágulos.

É importante ter em mente que dietas restritivas provocam uma perda de peso rápida, mas o retorno do que foi perdido é igualmente rápido. O emagrecimento deve ser feito de forma gradativa, por meio da reeducação alimentar e da realização de exercícios físicos. Assim, a pessoa aprende a consumir o que é saudável para toda a vida, podendo realizar o controle de seu peso.

Por fim, é fundamental ter um profissional de confiança para receber orientações. Sendo assim, não deixe de procurar um(a) nutricionista e um(a) médico(a) endocrinologista. Cuide da sua saúde!

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Diogo Círico

Diogo Círico

Nutricionista

Graduado em nutrição em 2007 pela Faculdade Assis Gurgacz, pós-graduação em Nutrição e Atividade Física - 2012, pós-graduação em Nutrição Funcional Esportiva - 2017, desde o inicio buscou destinar suas atividades à nutrição esportiva e também a área de tecnologia de alimentos. À frente das ações técnicas da industria Growth Supplements desde sua criação, já somam-se mais de 10 anos de dedicação, trabalho e pesquisas laboratoriais no desenvolvimento de novos produtos. Hoje suas ações como nutricionista dividem-se entre assessoraria de alguns atletas patrocinados pela Growth Supplements, redação de material técnico cientifico como estes disponíveis no blog GSuplementos e também na liderança da equipe de técnica Growth Supplements . Diogo Cirico; Nutricionista esportivo CRN 10 - 2067