Efeitos secundários da Creatina

Diogo Círico 03/03/2017

Os efeitos da creatina sobre o aumento de massa muscular e força já estão bem descritos na literatura, até mesmo a segurança da suplementação é bem descrita na literatura cientifica, porém o publico leigo ao consultar um site de busca na rede pode encontrar uma série de mitos e informações desencontradas. Uma busca simples na internet usando os termos “creatina efeitos secundários” podem resultar numa série de informações pouco fundamentadas e confusas

Listaremos alguns “efeitos secundários” para creatina, encontrados na rede.

–  Diminuição da produção endógena: um estudo desenvolvido com ratos demonstrou que a suplementação com creatina poderia alterar a produção natural de creatina pelo fígado e pâncreas.
Em ratos, a suplementação crônica de creatina suprime a expressão da proteína transportadora deste elemento. Este resultado pode ser extrapolado para indivíduos (atletas) que cronicamente ingerem este composto. O músculo humano parece ter um limite máximo para armazenar esta substância, 150 – 160 mmol/kg de músculo seco. Isto sugere influência do seu consumo crônico na síntese endógena, objetivando prevenir uma acumulação excessiva de creatina intramuscular. Esta supressão da expressão da proteína transportadora deste composto pode ser interpretada como um efeito colateral da suplementação. Não é aconselhável o consumo por longo tempo, sendo recomendado o período de 1 mês sem consumo de creatina, após 3 meses de suplementação contínua (Leite e colaboradores, 2014; Revista de Atenção à Saúde)

 

– Náuseas; Diarreia; Vômitos; Dores estomacais;
Segundo Souza e Azevedo em artigo publicado na Revista Brasileira de Nutrição Esportiva (2008) Há apenas informes anedóticos da suplementação de creatina associada à náusea, vômito e/ou diarreia; contudo, muitos estudos que usaram creatina pura falharam em sustentar esta observação. É possível que a ingestão concomitante de outras substâncias possa contribuir parcialmente para estes relatórios (açúcar é frequentemente consumido juntamente com a suplementação e quantidades excessivas podem afetar a capacidade absortiva dos intestinos). A ingestão de creatina durante o exercício, contudo, pode ser problemática; um estudo encontrou que 4 entre 12 indivíduos do gênero masculino experimentaram mal-estar após o exercício quando tomaram creatina durante o mesmo.

 

– Elevação da pressão arterial.

Tem havido alguns relatórios anedóticos sobre hipertensão em atletas que consumiram suplementos de creatina; contudo, em um estudo não encontraram evidências de um efeito da suplementação de creatina por um curto período (20g por dia durante 5 dias) sobre a pressão sistólica, diastólica ou média em homens e mulheres jovens. De modo similar, em um estudo de longo período, não houve evidências de qualquer alterações da pressão arterial com a suplementação de creatina. Interessantemente, a suplementação de creatina parece não afetar a pressão arterial em pacientes com falhas cardíaca congestiva. Além disso, em um destes estudos, a capacidade de bombeamento do coração determinada por ecocardiograma não foi influenciada pela suplementação de creatina. Portanto, nenhuma potencial troca de fluidos que pode ocorrer com a suplementação de creatina afetou a performance cardíaca. (Souza e Azevedo, 2008 Revista Brasileira de Nutrição Esportiva)
– Alterações na função renal:
Da escassez de evidências científicas quanto aos potenciais efeitos adversos decorrentes da suplementação com creatina monoidratada, nas funções hepática e renal, surge a hipótese de que a suplementação com creatina modifica as funções renal e hepática em indivíduos clinicamente normais. Após analisar várias pesquisas podemos concluir que a suplementação com creatina nas dosagens utilizadas (0,03g/kg e 5g/dia) associada ao treinamento com exercícios resistidos não altera a função hepática ou renal. (Souza e Azevedo, 2008 Revista Brasileira de Nutrição Esportiva).

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Diogo Círico

Diogo Círico

Nutricionista

Graduado em nutrição em 2007 pela Faculdade Assis Gurgacz, pós-graduação em Nutrição e Atividade Física - 2012, pós-graduação em Nutrição Funcional Esportiva - 2017, desde o inicio buscou destinar suas atividades à nutrição esportiva e também a área de tecnologia de alimentos. À frente das ações técnicas da industria Growth Supplements desde sua criação, já somam-se mais de 10 anos de dedicação, trabalho e pesquisas laboratoriais no desenvolvimento de novos produtos. Hoje suas ações como nutricionista dividem-se entre assessoraria de alguns atletas patrocinados pela Growth Supplements, redação de material técnico cientifico como estes disponíveis no blog GSuplementos e também na liderança da equipe de técnica Growth Supplements . Diogo Cirico; Nutricionista esportivo CRN 10 - 2067