Treinos de musculação: qual é a frequência para trocá-los?

Diogo Círico 27/07/2018

Quem busca o desenvolvimento constante nunca deve se acomodar em treinos de musculação. É importante realizar a troca regular dos exercícios praticados para variar os estímulos feitos aos músculos e, com isso, potencializar os resultados alcançados.

A capacidade de adaptação do corpo humano é surpreendente: quando confrontado com um tipo novo de esforço, ele se desenvolve para conseguir executar esse exercício com mais facilidade, o que nos treinos de musculação é representado pela hipertrofia e pelo desenvolvimento do tônus muscular. Por isso, se não há uma mudança constante, a tendência é de estagnação.

E essa mudança não se resume apenas ao aumento das séries e da carga: é preciso mudar os movimentos realizados para desafiar o corpo de formas diferentes. Neste artigo, explicaremos melhor por que trocar o treino regularmente, quando mudar os exercícios e como fazer essa alteração. Dessa maneira, você saberá como mudar o seu plano de treino e potencializar ainda mais os resultados. Boa leitura!

Por que trocar o treino de musculação?

A principal razão para realizar a troca do treino de musculação é promover o desenvolvimento do corpo com a variação dos estímulos realizados. Quando realizamos exercícios, geramos um tipo positivo de estresse na musculatura, que tenta se tornar mais forte e resistente para conseguir realizar aquele tipo de esforço com mais facilidade.

Por essa razão, após algum tempo executando os movimentos de um determinado exercício, é comum aumentar as séries e, principalmente, a carga, para evitar a estagnação e progredir no desenvolvimento muscular.

Entretanto, mesmo com essa evolução de dificuldade, é provável que os resultados de um exercício sejam reduzidos se ele for realizado por muitos meses. Por isso, é importante realizar trocas dos movimentos executados por outros semelhantes, mas que estimulam o corpo de uma forma diferente.

Além da questão da adaptação, a troca de exercícios também é interessante para reduzir as chances de lesões causadas por estresse excessivo, algo que acontece, por exemplo, com atletas de futebol e tênis, que sempre forçam os mesmos grupos musculares.

Ao trocar o tipo de exercício realizado, o atleta dá uma folga para toda a estrutura biomecânica acionada naquele tipo de movimento, e esse descanso pode ser fundamental para evitar lesões.

Por fim, a troca de treino é importante para a motivação de quem faz musculação. A repetição dos mesmos movimentos por muito tempo pode ser desanimadora e, inclusive, reduzir a satisfação gerada pelo treino. Quem faz os mesmos tipos de exercícios sempre corre um risco maior de desistir da atividade e sucumbir ao sedentarismo.

Quando mudar os exercícios?

A hora certa de mudar o tipo de treino de musculação realizado na academia varia de acordo com a pessoa, a metodologia de treinamento e os exercícios realizados. Na maior parte das vezes, essa troca acontece depois que a fisiologia corporal já se adaptou ao tipo de treino realizado, e os resultados chegam mais lentamente.

No caso da musculação, é comum que as trocas aconteçam em 3 a 6 semanas, que é quando um praticamente faz a famigerada troca de ficha e muda alguns dos exercícios realizados.

Vale a pena destacar que essa troca não envolve mudanças quantitativas como o número de séries realizadas e a carga: dependendo do método, é possível variar séries, repetições e carga quase que diariamente, nem que essa mudança seja apenas uma única repetição a mais.

Como qualquer outro tipo de mudança na musculação, é importante que a troca dos exercícios seja acompanhada por um profissional qualificado, que em alguns casos pode inclusive realizar um planejamento de longo prazo que já considere esse tipo de alteração.

Outra motivação para a troca de treino pode ser uma mudança de objetivo: alguém que buscava a hipertrofia e já não pensa em músculos maiores pode realizar uma alteração no tipo de exercício realizado visando suas novas metas.

E lesões com gravidade menor, que não impedem a continuidade do treinamento, mas causam incômodos em alguns movimentos, podem também ser o catalisador da troca dos exercícios realizados na academia. É importante lembrar que lesões mais graves devem ser tratadas com descanso e, em alguns casos, com fisioterapia.

Quando não trocar o treino?

Por outro lado, a troca de treinamento não deve ser feita em excesso. Trocar os tipos de exercícios toda semana, por exemplo, não vai gerar resultados satisfatórios. Nunca se deve trocar os movimentos realizados antes do corpo se adaptar a eles.

Alterações muito frequentes também podem causar lesões, portanto, é preciso saber a hora certa de realizar a mudança na rotina de treinos.

E, apesar de ser importante para a motivação, essa troca não deve ser feita apenas porque as séries realizadas estão repetitivas e entediantes. Se existe um objetivo em mente e ainda tem resultado para ser gerado pelo tipo de exercício proposto, é importante resistir à tentação e ter um pouco de persistência para que o corpo se adapte e se desenvolva.

Como fazer a alteração?

Para realizar a troca do tipo de treinamento realizado na academia de musculação, a recomendação primordial é contar com o suporte de um especialista em educação física. Não vale a pena arriscar o próprio corpo em tentativas autodidatas de mudança dos treinos.

Algumas vezes, as alterações do tipo de treinamento podem envolver apenas a troca na ordem dos exercícios, o que é interessante tanto para focar alguns grupos musculares como para estimular a motivação do atleta.

Em outros casos, essa mudança pode ser feita com a troca de exercícios realizados normalmente por outros que são similares. Alguém que faz rosca com um equipamento, por exemplo, pode passar a fazer os exercícios com halteres e, depois, com a barra fixa.

Divisão de treino

Em outros casos, é importante alterar os grupos de exercícios para promover o equilíbrio corporal: após um longo tempo desenvolvendo o abdômen, por exemplo, pode ser interessante realizar atividades para fortalecer a região lombar e, com isso, evitar problemas de postura e dores nas costas. Essa regra vale para todo tipo de exercício, seja treino de glúteos, de bíceps, peito, entre outros.

Uma outra possibilidade de alteração é a troca de combinações de musculaturas estimuladas nos treinamentos. Isso é comum entre as pessoas que treinam com vários tipos de ficha diferentes em cada dia da semana: passar alguns dos grupos musculares estimulados na terça para a quinta e vice-versa, por exemplo.

Os treinos de musculação na academia dependem muito do planejamento para surtirem um melhor efeito. Por esse motivo, é necessária a ajuda de um profissional para montar os seus treinos e encaixar a divisão de uma maneira mais estratégica, já que como dividir o treino de musculação é uma dúvida muito frequente.

Gostou de entender a importância de realizar a troca dos treinos de musculação? Converse com um profissional de sua confiança e avalie a sua ficha de treino para saber quando e como alterá-la. Aproveite o embalo, então, para ler mais sobre as fibras musculares e o crescimento!

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Diogo Círico

Diogo Círico

Nutricionista

Graduado em nutrição em 2007 pela Faculdade Assis Gurgacz, pós-graduação em Nutrição e Atividade Física - 2012, pós-graduação em Nutrição Funcional Esportiva - 2017, desde o inicio buscou destinar suas atividades à nutrição esportiva e também a área de tecnologia de alimentos. À frente das ações técnicas da industria Growth Supplements desde sua criação, já somam-se mais de 10 anos de dedicação, trabalho e pesquisas laboratoriais no desenvolvimento de novos produtos. Hoje suas ações como nutricionista dividem-se entre assessoraria de alguns atletas patrocinados pela Growth Supplements, redação de material técnico cientifico como estes disponíveis no blog GSuplementos e também na liderança da equipe de técnica Growth Supplements . Diogo Cirico; Nutricionista esportivo CRN 10 - 2067