Vigorexia: entenda quando o exercício físico vira um vício

Diogo Círico 24/12/2019

A imagem corporal vem sendo cada mais valorizada. Por isso, muitas pessoas embarcam em uma luta constante pelo corpo perfeito, e o que começa como uma preocupação leve pode se tornar um transtorno de imagem corporal, também conhecido como vigorexia.

Esse distúrbio é caracterizado como uma preocupação extrema com o corpo e pelo vício em exercício físico. Assim, não importa o quão forte e musculoso a pessoa já seja, para ela nunca é suficiente e gerando o sentimento constante de inferioridade aos outros indivíduos.

O diagnóstico precoce da vigorexia é muito importante para evitar que o atleta, amador ou profissional, faça uso de drogas ou se tenha um comportamento irresponsável com a sua saúde para obter os resultados desejados (ou fantasiosos). Para entender mais sobre os perigos desse transtorno e do vício em exercício físico, continue a leitura!

O que é vigorexia?

A vigorexia, também conhecida como transtorno dismórfico muscular, é um distúrbio que faz com que a pessoa tenha uma visão distorcida de si mesmo. Em muitos casos, isso leva ao vício em exercício físico, em busca do corpo perfeito, de acordo com os padrões de beleza impostos pelos valores da sociedade.

Essa insatisfação pode começar como algo leve e até mesmo natural por ter um corpo mais forte e ir aumentando aos poucos, até que a pessoa nunca se sinta bem consigo mesmo, independentemente do quão os outros a elogiem. Vigoréxicos passam horas e horas nas academias, sempre tentando superar os seus limites.

Paralelamente, desenvolvem hábitos alimentares constituídos basicamente por proteínas e passam a consumir suplementos exageradamente e sem orientação nutricional. Em alguns casos, recorrem até mesmo ao uso de esteroides e anabolizantes.

No entanto, o corpo que consideram perfeito é inatingível, em razão do sentimento frequente de inferioridade e visão deformada de si mesmo. As pessoas que sofrem deste distúrbio estão mais sujeitas a desenvolver quadros de depressão e ansiedade. Conheça todos os sintomas a seguir.

Quais são os sintomas do vício em exercício físico?

Alguns comportamentos podem significar um sinal de que existe um processo de vigorexia em curso. Em geral, os primeiros sintomas são associados à imagem negativa e distorcida que a pessoa tem do próprio corpo. Acompanhado a isso, vem um sentimento de inferioridade e vergonha do corpo.

É comum a pessoa achar que está magra demais e mesmo que os seus colegas a elogiam por sua forma física, ela não acredita. Por isso, a vigorexia também é conhecida como anorexia reversa.

Outros sintomas como cansaço, inapetência, insônia e ritmo cardíaco alterado, mesmo quando em repouso, são comuns neste distúrbio. O vigoréxico também pode apresentar sinais de irritabilidade, depressão, desinteresse por outras atividades que não estejam ligadas a prática de atividade física e queda no desempenho sexual.

Em muitas situações ainda, a luta pelo corpo perfeito se reflete nas relações e vida social. O indivíduo de afasta dos amigos, familiares e colegas de trabalho. A sua atenção fica toda voltada para o vício em exercício físico. Ele não se interessa por nada que possa interferir em seu propósito de treinar o tempo todo.

Para aumentar a sua força e massa muscular, muitos começam a fazer uso de anabolizantes e outras drogas. O que é extremamente perigoso para a saúde e pode causar até mesmo doenças mentais degenerativas. Entenda mais sobre isso no próximo tópico.

Quais são os riscos da vigorexia e do vício em exercício físico?

Por causa das suas ações anabólicas, os esteroides anabolizantes são utilizados por atletas para melhorar o seu desempenho físico. No entanto, está cada vez mais comum entre as pessoas que praticam atividades físicas por lazer, com o simples objetivo de melhorar a aparência física.

A grande facilidade com que essas substâncias são encontradas permite um uso irresponsável e sem prescrição médica. De acordo com uma pesquisa, que analisou dois grupos de homens praticantes de musculação: um com vigorexia e outro não. O consumo de anabolizantes é muito comum entre pessoas que sofrem com vigorexia. O estudo apontou que 46% do grupo com o transtorno já utilizou anabolizantes, em comparação com apenas 7% do outro grupo — uma diferença significativa.

Grande parte desse consumo também foi promovido pela mídia e pelos padrões de beleza da sociedade contemporânea. Os esteroides e anabolizantes criaram atletas maiores e mais fortes do que qualquer homem comum, e a imprensa promoveu suas imagens por toda parte. Assim, pessoas que sofrem com transtornos de imagem corporal viram nos medicamentos uma forma para alcançar o corpo perfeito.

Contudo, o uso excessivo e sem acompanhamento médico dessas drogas causar alguns efeitos colaterais. São eles;

  • aumento de acnes;
  • tumores;
  • comportamento agressivo;
  • alucinações;
  • coágulos;
  • retenção de líquido;
  • aumento da pressão arterial;
  • risco de doenças transmissíveis.

O uso de esteróides também está associado a alterações no sistema endócrino, como aumento da tolerância à glicose, aumento da resistência à insulina e diminuição dos hormônios da tireoide. Da mesma forma, essas substâncias podem causar danos à estrutura óssea e necro tubular aguda.

Qual o tratamento para vigorexia?

Sabe-se que a vigorexia é uma desordem emocional, porém ela ainda não é catalogada nos manuais de classificação CID.10 e DSM.IV como um transtorno específico. Por isso, os critérios para o seu diagnóstico ainda não são bem estabelecidos. Normalmente, o especialista considera alguns aspectos do comportamento, como: preocupação exagerada com o corpo, necessidade compulsiva de treinar e dieta alimentar rígida.

O tratamento envolve o trabalho de diversos profissionais tais como, médicos, terapeutas, nutricionista e profissional de educação física. Para se cuidar a pessoa não precisa abandonar totalmente os exercícios físicos, mas deve seguir um treinamento acompanhado e orientado por um profissional da área.

Uma das opções de tratamento é a terapia cognitiva que ajuda o paciente a identificar o seu comportamento e restaurar a autoimagem e a autoconfiança. Além de convencer o indivíduo a abandonar o uso de anabolizantes e outras substâncias que esteja fazendo uso. Por fim, em alguns casos é preciso recorrer ao uso de medicamentos inibidores para controlar a ansiedade, depressão e os sintomas do transtorno obsessivo-compulsivo.

A vigorexia é uma doença séria e pode trazer diversos riscos à saúde da pessoa. Como vimos, além do vício em exercício físico, muitas vezes esses indivíduos fazem uso de substância para melhorar o seu desempenho físico que podem causar diversas doenças. Por isso, é muito importante tomar cuidado e tentar sempre e caso queira mudar algo no seu corpo procure um auxílio profissional para receber orientações de como melhorar.

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Diogo Círico

Diogo Círico

Nutricionista

Graduado em nutrição em 2007 pela Faculdade Assis Gurgacz, pós-graduação em Nutrição e Atividade Física - 2012, pós-graduação em Nutrição Funcional Esportiva - 2017, desde o inicio buscou destinar suas atividades à nutrição esportiva e também a área de tecnologia de alimentos. À frente das ações técnicas da industria Growth Supplements desde sua criação, já somam-se mais de 10 anos de dedicação, trabalho e pesquisas laboratoriais no desenvolvimento de novos produtos. Hoje suas ações como nutricionista dividem-se entre assessoraria de alguns atletas patrocinados pela Growth Supplements, redação de material técnico cientifico como estes disponíveis no blog GSuplementos e também na liderança da equipe de técnica Growth Supplements . Diogo Cirico; Nutricionista esportivo CRN 10 - 2067