Conheça a taioba e seus diversos benefícios à saúde!
Você conhece a Taioba? Já ouviu falar a respeito dela alguma vez? Bom, se a resposta for não, está tudo bem. Afinal, essa verdura, apesar de seus benefícios e nutrientes, não é tão convencional na dieta dos brasileiros (sendo um pouco mais difundida nos estados da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo) e por isso mesmo é considerada uma Planta Alimentícia Não-Convencional (PANC).
Não é comum encontrá-la em supermercados, o que reforça o fato de ela ser um alimento não-convencional. Ainda assim, ela conquista cada vez mais adeptos, justamente por ser uma verdura bastante nutritiva. Se você deseja incluí-la em sua alimentação, pode encontrá-la em feiras e em hortas domésticas de produtores baseados em agricultura familiar.
Veja mais sobre os tópicos deste conteúdo:
- O que é taioba?
- Como diferenciar a taioba do inhame e da taioba-brava?
- Taioba: Benefícios
- Taioba: Como fazer o seu preparo
- Taioba: Receitas
- Detox com taioba
O QUE É A TAIOBA?
A taioba é o nome popular da Xanthosoma sagittifolium. A planta taioba também pode ser encontrada com outros nomes, a depender da região do país, como orelha-de-elefante, macabo, mangará, mangará-mirim, mangareto, mangarito, taioba, taiova, taiá ou yautia.
Ela pertence à família das Araceae, juntamente com plantas como o lírio-da-paz, antúrio e o inhame. Também chamada de aráceas, esta é uma família de plantas com uma grande diversidade morfológica, incluindo plantas arbustivas, plantas aquáticas, lianas, cipós e trepadeiras, que podem ser usadas com fins ornamentais, medicinais e alimentícios.
Essa família tem grande distribuição pelo planeta nas regiões tropicais (faixa entre o Trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio, que inclui o Brasil quase em sua totalidade), especialmente a região neotropical, que compreende a América Central e a América do Sul.
Assim, a taioba é uma planta nativa de nosso território, mesmo ainda não tendo atingido a fama de outras folhas como couve ou alface. Um fato curioso é que o governo brasileiro incentivou o cultivo e o consumo da planta nas décadas de 1940 e 1950.
Isso aconteceu porque a taioba era vista como uma excelente opção para a inclusão social e a melhoria nutricional da população mais pobre do país, pois a verdura é, além de muito rica em benefícios e propriedades, de baixo custo, simples produção e tem no Brasil clima e solo favoráveis. Portanto, era uma forma de incentivar a agricultura familiar de maneira eficaz.
Por outro lado, em países da América Central e do Sul (especialmente Cuba, Peru, Venezuela e República Dominicana), África (com destaque para Gana e Nigéria) e Ásia, ela é amplamente utilizada nas gastronomias locais.
Como diferenciar a taioba do inhame e da taioba-brava
A imagem mais comum que vem à mente quando se fala em inhame é a de um tubérculo. No entanto, as folhas do inhame são muito parecidas com as folhas da taioba, com diferenças sutis. Acontece que, ao contrário da taioba, as folhas do inhame são tóxicas e não podem ser utilizadas como alimentos.
A taioba-brava, uma variação da planta, também não deve ser consumida como alimento, pois pode causar um forte ardor na garganta e na boca. Isso acontece pois as folhas dessa planta contêm grande concentração de oxalato de cálcio, um nutriente tóxico para os humanos.
Assim, é importante saber diferenciar a taioba dessas outras plantas de folhas similares na hora de escolher sua verdura, para evitar problemas de saúde e demais inconvenientes.
A folha da taioba deve ter sempre um formato que se assemelha ao de um coração, sendo que o talo sai do encontro encontro das duas “orelhas” da folha, fazendo um formato de “V”. O talo deve ser inteiramente verde (o do inhame tem uma tonalidade roxa). Além disso, outra dica é que a folha possui uma linha próxima da borda que circunda toda a folha.
Essas dicas são importantes para reconhecer a folha comestível. No entanto, o mais recomendado é que você adquira a verdura de produtores que a cultivem, o que garante uma procedência segura e não coloque a saúde de quem irá consumi-la em risco.
TAIOBA: BENEFÍCIOS
A taioba conta com diversos nutrientes e vitaminas que a fazem ser um alimento bastante saudável, capaz de auxiliar o corpo a desenvolver as atividades cotidianas e aumentar a qualidade de vida.
Além disso, ela é um alimento rico em fibras e conta com apenas 46 calorias em uma porção de 100 gramas, o que a faz ser um ótimo alimento para quem busca o emagrecimento (dieta hipocalórica), visto que, além de pouco calóricas, as fibras alimentares a ajudam a regular o intestino e aumentar a sensação de saciedade.
Uma análise do valor nutricional da folha de taioba feita no artigo “Taioba (xanthosoma sagittifolium): composição química e avaliação das propriedades funcionais in vivo (2013) constatou que ela é rica em proteína, fibras, vitamina C, cálcio e ferro.
Outro estudo realizado em laboratório, denominado “Caracterização química e estudo das propriedades funcionais biológicas in vivo da folha de taioba” (2011), concluiu que a planta possui uma potente ação antioxidante, além de elevada fermentabilidade e capacidade de ligação com ácidos biliares, o que resulta, com o consumo regular da verdura, em menor concentração de colesterol sérico e redução do risco de câncer de cólon.
Para que você conheça mais sobre cada nutriente presente na taioba, vamos apresentá-los por meio de valores obtidos na Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TBCA), um renomado banco de dados criado por especialistas e acadêmicos da Universidade de São Paulo (USP).
Segundo a TBCA, uma porção de 100 gramas de folha de taioba possui os seguintes valores listados abaixo.
Nutriente Valor
Energia 46 kcal
Carboidratos 7,69 g
Proteínas 3,65 g
Lipídios 1,34 g
Fibra Alimentar 5,68 g
Ácidos graxos saturados 0,29 g
Ácidos graxos monoinsaturados 0,14 g
Cálcio 130 mg
Ferro 2,43 mg
Sódio 1,48 mg
Magnésio 37,7 mg
Fósforo 67,3 mg
Potássio 370 mg
Zinco 0,81 mg
Cobre 0,20 mg
Selênio 0,50 mcg
Vitamina A (RE) 1.176 mcg
Vitamina A (RAE) 588 mcg
Vitamina E 3,67 mg
Vitamina B6 0,12 mg
Vitamina C 22,9 mg
Segundo estudo desenvolvido por pesquisadores da UNICAMP, denominado “Caracterização química e estudo das propriedades funcionais biológicas in vivo da folha de taioba” (2011), a folha de taioba conta com níveis abundantes dos aminoácidos ácido aspártico, ácido glutâmico, arginina, alanina, leucina e lisina. É possível verificar isso a partir de uma análise chamada aminograma, que foi realizada com as folhas da verdura.
O mesmo estudo também demonstrou a composição monossacarídica da planta e apontou a glicose como sendo o monômero mais abundante, seguido da frutose como o segundo monossacarídeo em níveis presentes.
TAIOBA: COMO FAZER O SEU PREPARO
Antes de mais nada, é importante esclarecermos um fato. Assim como a taioba-brava, a taioba utilizada na culinária também contém oxalato de cálcio, mas em quantidades muito menores. Um estudo, denominado “Influência do momento de colheita sobre a deterioração pós-colheita em folhas de taioba” (2001), realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa constatou esse fato e também concluiu que folhas mais “velhas” – colhidas 15 dias após sua completa expansão – possuem níveis muito menores da substância.
Por isso, o consumo mais indicado é ferver as folhas, para que a substância seja reduzida a valores mínimos ou até mesmo eliminadas. A taioba em receitas refogadas pode substituir, por exemplo, a couve.
TAIOBA: RECEITAS
Depois de refogada – você pode adicionar temperos, alho, cebola e sal a gosto, com um pouco de óleo –, ela se torna um ingrediente versátil e capaz de compor muitas receitas.
O bolinho de taioba, por exemplo, é uma iguaria bastante apreciada. Saborosa e nutritiva, ela é bem simples de fazer. Além das folhas da planta, a receita contém queijo parmesão ralado, ovos e farinha de trigo para preparar a massa do bolinho. Ele pode ser tanto assado, quanto frito.
A taioba também pode ser utilizada em acompanhamentos para carnes, caldos e até mesmo feijoada. Para tanto, basta fazer uma farofa de taioba, outra refeição bastante tradicional em algumas regiões do Brasil.
Não existe uma única receita para essa farofa e, para além das folhas de taioba refogadas, você pode adicionar ingredientes como manteiga, ovos cozidos, farinha-de-rosca ou farinha-de-milho, bacon, ervilha, cebola, etc. Tudo depende de seus gostos e preferências, mas é importante lembrar que certas combinações podem transformar a farofa de taioba em uma receita bastante calórica.
Citamos que a taioba pode substituir a couve como verdura refogada, mas você também pode fazer uma combinação das duas hortaliças. O resultado é um prato bastante saudável, com uma mistura de sabores marcantes e intensos.
Em dietas hipocalóricas, ou seja, aquelas que almejam o emagrecimento, a taioba possibilita mil e uma combinações. Por exemplo, uma tapioca com a verdura refogada e alguma proteína animal, como o frango. Você pode também combinar a taioba com cogumelos, tais quais o shimeji, o champignon e o shiitake.
Detox com taioba
Por ser um poderoso integrante do grupo dos alimentos antioxidantes, a taioba pode ser utilizada em sucos verdes e sucos detox, combinada, mais uma vez, com a couve.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SEGANFREDO, Rivelino et al . Influência do momento de colheita sobre a deterioração pós-colheita em folhas de taioba. Hortic. Bras., Brasília , v. 19, n. 3, p. 316-319, Nov. 2001 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-05362001000300004&lng=en&nrm=iso>
MONTEIRO, Elisa Bernardes et al. Caracterização química e estudo das propriedades funcionais biológicas in vivo da folha de taioba (Xanthosoma sagittifolium). 2011.
JACKIX, Elisa de Almeida et al. Taioba (Xanthosoma sagittifolium)= composição química e avaliação das propriedades funcionais in vivo= Taioba (Xanthosoma sagittifolium): chemical composition and evaluation of its functional properties in vivo. 2013.
Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TBCA). Universidade de São Paulo (USP). Food Research Center (FoRC). Versão 7.0. São Paulo, 2019. Disponível em: http://www.fcf.usp.br/tbca.
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Growth
NutricionistaTexto produzido pela equipe da Growth Supplements com supervisão do nutricionista Diogo Círico (CRN 10 – 2067).