Proteínas time-release: o que são e como consumir

Diogo Círico 21/07/2017

O mercado de suplementos cresce a cada dia, com as novidades e avanços nas pesquisas para melhorar, ainda mais, o desempenho dos atletas de alta performance. A proteína time-release é resultado disso; com fórmula mais completa e com alta concentração de aminoácidos, seus efeitos no organismo são mais eficazes, duradouros e evitam quadros catabólicos.

Quando o assunto é definição muscular, esses suplementos proteicos, sejam providos de fontes animais ou vegetarianos e veganos, estão sempre em pauta, chegando a ser mais relevantes que a própria prática esportiva.

Entretanto, é um pouco complicado achar informações acerca do que são esses produtos quando e quanto consumir, como escolher, entre outras dúvidas comuns.

Por isso, para o post de hoje, separamos tudo que você precisa saber sobre a proteína time-release. Acompanhe!

O que é proteína time-release?

Basicamente, a definição de proteína time-release é: um suplemento composto por mais de uma fonte proteica, com tempos de liberação diferentes. Entre os exemplos mais comuns estão a proteína do ovo, a do leite e a da soja.

Com essa mistura e adequação de todos esses tipos de proteína, o produto final é um mix de alto valor biológico, com a presença, em grande concentração, de todos os aminoácidos essenciais e não essenciais.

Bom, mas o que isso garante? Com a variedade e complexidade das proteínas envolvidas, o tempo de absorção dessas substâncias é imediato após a ingestão, e elas permanecem de maneira constante por um bom tempo, chegando a até 8 horas após a refeição, por exemplo.

O tempo de absorção está diretamente ligado ao processo de regeneração dos músculos e desenvolvimento após prática física, e é isso que faz a diferença para o atleta.

As fórmulas mais comuns apresentam altas concentrações de Whey Protein (que é uma proteína de alto valor biológico e absorção bem rápida), além de caseína (fonte de proteínas e aminoácidos com tempo de absorção bem lento, entre 6 e 8 horas), de arginina (aminoácido de rápida absorção), e de albumina (derivada do ovo, fonte de proteína completa e de absorção lenta).

Alguns mixes costumam englobar até 6 tipos de proteínas.

Como elas atuam no organismo?

A soma de várias fontes de proteínas distintas permite uma alta concentração dessas substâncias e aminoácidos, que ficam disponíveis para o músculo, e para o organismo como um todo, por muito mais tempo.

Além da alta concentração, a tecnologia permite que essas proteínas selecionadas sejam liberadas gradualmente, prolongando ainda mais o efeito no corpo.

Esse tempo maior de degradação do organismo é o que garante um processo anabólico maior, inibindo também um processo chamado de “proteólise”, que é o processo de degradação das ligações que formam as proteínas.

O mix proteico garante, assim, subsídio para que os processos metabólicos e reações químicas sintetizem compostos energéticos, construindo outras moléculas funcionais e estruturais.

No caso das fibras musculares, elas são formadas a partir do agrupamento de outros aminoácidos, por meio de ligações (processo conhecido como “síntese proteica”).

Primeiramente, a atuação é percebida na reconstrução das fibras do tecido que foram afetadas pelo treino de força, e com uma ação secundária que permite o desenvolvimento e o crescimento do grupo muscular.

Um estudo apontou os possíveis resultados do uso da caseína e de proteínas de lenta absorção. Os pesquisadores chegaram à conclusão de que a velocidade da digestão dessas proteínas, e a absorção de aminoácidos, têm um efeito fundamental para o processo anabólico.

Como são absorvidas pelo corpo?

Em termos práticos, a quebra e absorção dos suplementos proteicos acontece no sistema digestivo. A primeira fase acontece no estômago e é conhecida como fase gástrica: a partir de enzimas, há a degradação das moléculas de proteínas em fragmentos menores, que podem ser depois absorvidos pelo sistema intestinal.

O que difere o tempo de liberação de cada proteína — e o que permite o efeito das proteínas time-release — é a sensibilidade ao processo de quebra, principalmente durante a fase gástrica. Enquanto o Whey tem absorção completa relativamente rápida, em até 3 horas, a caseína se mantém até 8 horas.

Quais são os benefícios?

A grande dúvida é: por que apostar nesses suplementos?

Garantindo que a absorção de fontes proteicas será prolongada durante um bom tempo, chegando a um terço do dia, o primeiro benefício é o combate do catabolismo e o fornecimento de condições necessárias para o anabolismo, como já falamos.

Sem contar que esses suplementos alimentares apresentam baixos níveis de lactose e de carboidratos, logo, interferem pouco na quantidade calórica e qualidade nutricional da dieta, independente de qual for a estratégia escolhida pelo atleta.

Para quem é vegetariano, por exemplo, essas misturas garantem um aporte nutricional que a alimentação nem sempre consegue suprir em termos de aminoácidos e fontes de alto valor biológico.

O resultado dessa combinação, aliado a dietas balanceadas, treinos adequados e boas horas de sono, não poderia ser outro: melhor desempenho, mais força e energia, além de benefícios estéticos mais rápidos.

Quais são as diferenças para os demais tipos de proteínas?

De maneira geral, a ação das proteínas time-release se diferencia apenas em relação ao tempo de atuação, que se torna maior que outros tipos de proteínas com absorção mais rápida.

Mas o tempo de atuação é o que faz toda a diferença em alguns momentos do dia, quando não se pode fornecer a mesma quantidade de proteínas e de aminoácidos para o organismo e, principalmente para os músculos, por meio da alimentação.

Por isso, a ingestão antes de dormir, ou durante a última refeição do dia, garante que mesmo durante o sono — em que existe a tendência de iniciar-se reações catabólicas e de desgaste dos músculos — haja o fornecimento de substâncias para maior síntese proteica e recuperação muscular.

Além disso, a fonte proteica é o que garante efeitos ainda mais rápidos, considerando a qualidade do que está sendo ofertado ao corpo.

Um estudo americano reuniu mais de 140 homens e mulheres para investigar o ganho de massa magra em um período de 9 meses. Foram feitos subgrupos e cada um deles tinham um suplemento proteico como base: primeiro consumia whey e o segundo proteína da soja.

Considerando treinos de força, foi notável o maior ganho de músculos do grupo que consumia whey e, com isso, a conclusão dos pesquisadores foi que a fonte proteica tem papel fundamental como efeito potencializador na síntese de proteínas.

Ainda de acordo com esse estudo, o que foi percebido como fator potencializador foi a quantidade de leucina circulante garantida pelo whey em comparação ao suplemento vegetariano.

A qualidade dos mixes proteicos, também conhecidos como blends, e das proteínas, como caseína e albumina, também se tornam diferenciais.

Como consumir?

Existem diversas proteínas time-release disponíveis no mercado. No site da Growth Supplements, por exemplo, estão em destaque dois produtos.

O primeiro é um blend e contém 6 fontes proteicas, entre elas: Whey hidrolisado, Whey isolado, Whey concentrado, albumina, caseína e proteína da carne. Cada uma dessas fontes proteicas está em uma proporção para garantir que o organismo as aproveite ao máximo.

A quantidade indicada pelo fabricante é de 30 g duas vezes ao dia, de preferência como café da manhã, em lanches ou na última refeição do dia. O blend pode ser misturado com a água facilmente e tomado igual shake.

O segundo produto é o Milk Protein, também conhecido como Caseína Micellar. A caseína é obtida do leite e possui alto nível de proteínas, fornecendo aminoácidos de forma mais lenta possível — chegando a 8 horas de nutrição para o músculo.

O consumo dela também deve ser estratégico, em horários precedentes a longos períodos de jejum. A indicação é de duas porções ao dia, em doses de 30 g, também misturadas com água. O ideal é consultar um nutricionista para mais detalhes acerca do melhor uso para você.

E não se engane, apesar de a caseína também ser feita a partir do leite, como o Whey, cada uma dessas fontes tem um perfil de aminoácidos e é utilizada para um fim. No caso da caseína, sua aplicação é justamente como fonte proteica por um bom tempo, o que garante melhor uso do recurso em períodos sem alimentação, por exemplo.

Os horários mais indicados para o consumo são os que precedem as horas de sono, uma vez que o sono é um movimento importantíssimo para o crescimento e recuperação dos músculos, considerando a ação hormonal e vital.

É apenas durante o sono que os processos de hipertrofia e de produção de hormônios, como o GH e o cortisol, acontecem. Tudo isso pode resultar em facilidades para o atleta.

Com sono de maior qualidade, a recuperação depois dos treinos se torna mais tranquila e mais rápida, e o desenvolvimento dos músculos também se torna mais eficaz. Além do que é sempre bom lembrar, boas horas de sono melhoram o desempenho no geral, garantindo menos fadiga e cansaço durante o dia.

Viu como a proteína time-release é vantajosa e pode ser facilmente incorporada ao seu dia a dia? Curtiu este texto? Então confira mais detalhes sobre os suplementos que citamos acessando o post sobre os principais tipos de proteína em pó!

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Diogo Círico

Diogo Círico

Nutricionista

Graduado em nutrição em 2007 pela Faculdade Assis Gurgacz, pós-graduação em Nutrição e Atividade Física - 2012, pós-graduação em Nutrição Funcional Esportiva - 2017, desde o inicio buscou destinar suas atividades à nutrição esportiva e também a área de tecnologia de alimentos. À frente das ações técnicas da industria Growth Supplements desde sua criação, já somam-se mais de 10 anos de dedicação, trabalho e pesquisas laboratoriais no desenvolvimento de novos produtos. Hoje suas ações como nutricionista dividem-se entre assessoraria de alguns atletas patrocinados pela Growth Supplements, redação de material técnico cientifico como estes disponíveis no blog GSuplementos e também na liderança da equipe de técnica Growth Supplements . Diogo Cirico; Nutricionista esportivo CRN 10 - 2067